quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Finado ou defunto?




No calendário do mês de novembro, há um dia reservado para se reverenciarem os finados. No dia 2, feriado nacional, vamos ao cemitério visitar o túmulo onde estão os restos mortais de nossos parentes e amigos. A palavra "cemitério" é derivada do Grego: koimetérion, que significa "lugar para dormir", ou simplesmente, "dormitório".

A palavra "finado" vem do particípio passado do verbo "finar" - como qualquer estudante do ensino médio logo percebe - e significa: definhar, perder as forças, consumir-se.

Já a palavra "defunto" vem do particípio passado "defunctus", do verbo latino "defungere", cujo significado é "terminar um combate, cumprir uma missão". Assim, aquele nosso parente que foi para junto de Deus acabou de desempenhar sua missão neste mundo. As duas palavras podem resumir a vida daquele que se foi.

Vim ao mundo para desempenhar uma missão. Sou único. Jamais haverá ou houve um ser humano igual a mim. Os dons que Deus me deu ninguém os têm, teve ou terá. A esta altura, uma reflexão se impõe sobre a maneira como estamos exercendo nossa missão.

Fomos chamados a ser santos. Mas cada um de nós o será de maneira diferente. A Genética fala de genes que herdamos de nossos pais e, através deles, também de nossos avós, tataravós e aí por diante. Sabe lá Deus !

Nossa gestação dentro do útero terá sofrido intervenções externas de que nossa mãe nem suspeitava. Só para dar um exemplo, somos fruto de sua alimentação - ou desnutrição - enquanto éramos gerados. Após o nascimento, continuamos dependentes do tipo de leite que nos foi dado.

A divina Providência usa de todos esses fatores para nos convidar a cumprir a missão fundamental, independente de raça, cor ou sexo, de amar nossos irmãos como nos amamos e perdoar os que nos ofendem. Essa é a luta mais difícil.

Quando morto, poderão falar de mim: "Eis um defunto" - aquele que tão bem cumpriu sua missão, lutou e acreditou na esperança!" - ou: "Eis um finado - alguém que apenas definhou?".

Nossa santa Igreja, após o Concílio Vaticano II (1962-1965), mudou a ótica pela qual devemos reverenciar nossos irmãos já mortos. Fez-nos refletir não mais sobre seus pecados, mas sim sobre o que fizeram de bom; sobre aquilo que deixaram como exemplo para nós.

O que irão encontrar em nossa vida nossos filhos e amigos que irá servir de edificação para eles? Eis um morto, finado ou defunto?

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