terça-feira, 31 de julho de 2012

Evangelho (Mateus 13,36-43)


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus. 
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Evangelho (Mateus 13,31-35)


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus contou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”. Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O Reino dos Céus é como fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, para se cumprir o que foi dito pelo profeta: ‘Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo’. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

domingo, 29 de julho de 2012

Evangelho (João 6,1-15)






— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades.
Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes.
Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos. 
Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 
Levantando o olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 
Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 
Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 
Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isto para tanta gente?”
Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 
Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 
Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 
Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 
Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

sábado, 28 de julho de 2012

Primeira leitura (Jeremias 7,1-11)Salmo (Salmos 83)Evangelho (Mateus 13,24-30)



Leitura do Livro do Profeta Jeremias. 

Palavra comunicada a Jeremias, da parte do Senhor: “Põe-te à porta da casa do Senhor e lá anuncia esta palavra, dizendo: Ouvi a palavra do Senhor, todos vós de Judá, que entrais por estas portas para adorar o Senhor. Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Melhorai vossa conduta e vossas obras, que eu vos farei habitar neste lugar. Não ponhais vossa confiança em palavras mentirosas, dizendo: ‘É o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor!’
Mas, se melhorardes vossa conduta e vossas obras, se fizerdes valer a justiça, uns com os outros, não cometerdes fraudes contra o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, e não andardes atrás de deuses estrangeiros, para vosso próprio mal, então eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde sempre e para sempre.
Eis que confiais em palavras mentirosas, que para nada servem. Como?! Roubar, matar, cometer adultério e perjúrio, queimar incenso a Baal, e andar atrás de deuses que nem sequer conheceis; e depois, vindes à minha presença, nesta casa em que meu nome é invocado, e dizeis: ‘Nenhum mal nos foi infligido’, tendo embora cometido todas essas abominações. Acaso, esta casa, em que meu nome é invocado, tornou-se a vossos olhos uma caverna de ladrões? Eis que também eu vi”, diz o Senhor. 

- Palavra do Senhor. 
- Graças a Deus.



— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!
— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!

— Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!
— Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali prepara seu ninho, para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! Vosso altares, ó meu Rei e meu Senhor!
— Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! Felizes os que em vós têm sua força, caminharão com um ardor sempre crescente.
— Na verdade, um só dia em vosso templo vale mais do que milhares fora dele! Prefiro estar no limiar de vossa casa, a hospedar-me na mansão dos pecadores!


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio.
Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!’” 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

São Joaquim e Sant'Ana





Com alegria celebramos hoje a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant'Ana. 

Em hebraico, Ana exprime "graça" e Joaquim equivale a "Javé prepara ou fortalece". 

Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant'Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora. 

Sant'Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.

O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant'Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça.

A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José. A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.


São Joaquim e Sant'Ana, rogai por nós!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Evangelho (Mateus 12,1-8)


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus passou no meio de uma plantação num dia de sábado. Seus discípulos tinham fome e começaram a apanhar espigas para comer. Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: “Olha, os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!”
Jesus respondeu-lhes: “Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e seus companheiros sentiram fome? Como entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda que nem a ele nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes? Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado sem contrair culpa alguma? 
Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o Templo. Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes.De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado”. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor

terça-feira, 17 de julho de 2012

Evangelho (Mateus 11,20-24)




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres, porque não se tinham convertido.
“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós, tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza.
Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos dureza do que vós. E tu, Cafarnaum! Acaso serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque, se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje! Eu, porém, vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada com menos dureza do que vós!”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

HOMILIA DE POSSE DO PAPA BENTO XVI Domingo, 24 de abril de 2005




                                                             

                                                           Durante estes dias tão intensos, cantamos a litania dos santos em três diferentes ocasiões: no funeral de nosso Santo Padre João Paulo II; quando os cardeais entraram em conclave; e novamente hoje, quando cantamos com a invocação: Tu illum adiuva - ampara o novo Sucessor de Pedro. Em cada ocasião, de modo completamente singular, encontrei grande consolo. Como nos sentimos sós após o falecimento de João Paulo II - o papa que por mais de 26 anos foi nosso pastor e guia em nossa jornada pela vida! Ele cruzou o limiar da próxima vida, entrando no mistério de Deus. Mas não deu o passo sozinho. Aqueles que crêem nunca estão sós - nem na vida, nem na morte. Naquele momento, pudemos invocar os santos de todos os séculos - seu amigos, irmãos e irmãs na fé - sabendo que formariam uma procissão viva para acompanhá-lo ao próximo mundo, rumo à glória de Deus. Sabíamos que sua chegada era esperada. Agora sabemos que está entre os seus, realmente em casa. Também fomos consolados ao fazer nossa entrada solene no conclave, para eleger aquele que o Senhor escolheu. Como seríamos capazes de discernir-lhe o nome? Como poderiam 115 bispos, de cada cultura e de cada país, descobrir aquele a quem Deus desejava conferir a missão de atar e desatar? Uma vez mais, sabíamos que não estávamos sós, sabíamos que estávamos cercados, liderados e guiados pelos amigos de Deus. E agora, neste momento, fraco servo de Deus que sou, devo assumir esta tarefa enorme, que realmente excede toda capacidade humana. Como poderei fazê-lo? Como serei capaz de fazê-lo? Todos vós, meus amigos, acabastes de invocar toda a hoste dos santos, representada por alguns dos grandes nomes da história da relação de Deus com a humanidade. Deste modo, também posso dizer com renovada convicção: Não estou só. Não tenho que carregar sozinho a verdade que jamais poderia carregar sozinho. Todos os santos de Deus estão lá e me protegem,amparam e conduzem. E vossas preces, amigos queridos, vossa indulgência, vosso amor , vossa fé e vossa esperança acompanham-me. De fato, a comunhão dos santos consiste não apenas nos grandes homens e mulheres que foram antes de nós e cujos nomes conhecemos. Todos nós pertencemos à comunhão dos santos, nós que fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, nós que tiramos vida da dádiva do sangue e do corpo de Cristo, por meio dos quais ele nos transforma e nos faz como si mesmo. Sim, a Igreja está viva - esta é a maravilhosa experiência destes dias. Durante aqueles tristes dias da doença e morte do papa, tornou-se maravilhosamente evidente para nós que a Igreja vive. E a Igreja é jovem. Ela mantém em si o futuro do mundo e portanto mostra a cada um de nós o caminho para o futuro. A Igreja está viva e vemos isso: experienciamos a alegria que o Senhor Ressuscitado prometeu a seus seguidores. A Igreja vive - ela viva porque Cristo vive, porque ele é verdadeiramente ressuscitado. No sofrimento que vimos no rosto do Santo Padre naqueles dias de Páscoa, contemplamos o mistério da Paixão do Cristo e tocamos suas chagas. Bas nesses dias também fomos capazes, num senso profundo, de tocar o Ressuscitado. Pudemos experimentar a alegria que Ele prometeu, após um breve período de trevas, como fruto de Sua ressurreição.

                                                            A Igreja está viva - com essas palavras, saúdo com grande alegria e gratidão todos vós reunidos aqui, meus veneráveis irmãos cardeais e bispos, meus queridos padres, diáconos, trabalhadores ad Igreja, catequistas. Saúdo-os, homens e mulheres Religiosos, testemunhas da presença transfigurante Deus. Saúdo-os, fiéis leigos, imersos na grande tarefa de construir o Reino de Deus que se espalha pelo mundo, em cada área da vida. Com grande afeição também saúdo todos aqueles que renasceram no sacramento do Batismo mas ainda não estão em comunhão total conosco; e vós, meus irmãos e irmãs do povo judaico, com quem somos unidos por uma grande herança espiritual compartilhada, uma enraizada nas promessas irrevogáveis de Deus. Finalmente, como uma onda ganhando força, meus pensamentos são para todos os homens e mulheres de hoje, crentes e descrentes.

                                                            Queridos amigos! Neste momento não é preciso apresentar meu programa de governo. Pude dar uma indicação do que vejo como minha missão na Mensagem de quarta-feira, 20 de abril, e haverá outras oportunidades de fazê-lo. Meu verdadeiro programa não é fazer minha própria vontade, não é perseguir minhas próprias idéias, mas ouvir, juntamente com toda a Igreja, à palavra e à vontade do senhor, ser guiado por Ele, para que Ele próprio lidere a Igreja nesta hora de nossa história. Em vez de apresentar um programa, simplesmente gostaria de falar sobre os dois símbolos litúrgicos que representam a inauguração do Ministério Petrino: ambos símbolos, além do mais, refletem claramente o que ouvimos proclamado nas leituras de hoje.

                                                            O primeiro símbolo é o pálio, tecido de pura lã, que será colocado em emus ombros. Este antigo símbolo, que os Bispos de Roma têm usado desde o século IV, pode ser considerado uma imagem do jugo de Cristo, que o bispo desta cidade, o Servo dos Servos de Deus, toma em seus ombros. O jugo de Deus é a vontade de Deus, que aceitamos. E essa vontade não pesa sobre nós, oprimindo-nos e tirando nossa liberdade. Saber o que Deus quer, saber onde está o caminho da vida - essa foi a alegria de Israel, este foi seu grande privilégio. Também é nossa alegria: a vontade de Deus não nos afasta, nos purifica - mesmo se isso pode ser doloroso - e portanto nos conduz a nós mesmos. Deste modo, não servimos apenas a Ele, mas à salvação de todo o mundo, de toda a história. O simbolismo do pálio é ainda mais concreto: a lã do cordeiro pretende significar as ovelhas perdidas, fracas e doentes que o pastor põe sobre os ombros e carrega para as águas da vida. Para os Pais da Igreja, a parábola da ovelha perdida, que o pastor busca no deserto, era uma imagem do mistério de Cristo e da Igreja. A raça humana - cada um de nós - é a ovelha perdida no deserto que não sabe mais o caminho. O Filho de Deus não deixará que isso aconteça; ele não pode abandonar a humanidade em uma condição tão miserável. Ele se ergue e abandona a glória do céu, para buscar a ovelha e persegui-la, todo o caminho até a cruz. Ele a ergue nos ombros e carrega nossa humanidade; Ele carrega a todos nós - é o bom pastor que abandona a vida pelas ovelhas. O que o pálio indica, de mais importante e em primeiro lugar, é que somos todos amparados por Cristo. Mas ao mesmo tempo nos convida a carregar uns aos outros. Assim o pálio se torna um símbolo da missão do pastor, da qual a Segunda Leitura e o evangelho falam. O pastor deve ser inspirado pelo zelo sagrado de Cristo: para Ele não é indiferente que tantas pessoas vivam no deserto. E há tantos tipos de deserto. Há o deserto da pobreza, o deserto da fome e da sede, o deserto do abandono, da solidão, do amor destruído. Há o deserto das trevas de Deus, o vazio das almas não mais cientes de sua dignidade e do objetivo da vida humana. Os desertos externos do mundo estão crescendo porque os desertos internos tornaram-se tão vastos. Assim, os tesouros da Terra não mais servem para construir o jardim de Deus para todos viverem, mas foram levados a servir aos poderes da exploração e da destruição. A Igreja como um todo e todos seus pastores, como Cristo, devem se dispor a liderar as pessoas para fora do deserto, rumo ao lugar da vida, rumo à amizade com o Filho de Deus, rumo Àquele que nos dá vida, e vida abundante. O símbolo do cordeiro também tem um significado mais profundo. No Oriente Próximo da Antigüidade, era costume os reis se apresentarem como pastores de seus povos. Essa era uma imagem de seu poder, uma imagem cínica: para eles os súditos eram como ovelhas, com as quais o pastor podia fazer o que quisesse. Quando o pastor de toda a humanidade, o Deus vivo, tornou-se cordeiro, Ele ficou ao lado dos cordeiros, com aqueles que são pisados e mortos. Assim é que Ele se revela como o verdadeiro pastor: "Sou o Bom Pastor... dou a vida pelas ovelhas", Jesus diz de si mesmo (Jo 10:14). Não é poder, mas amor que nos redime! Este é o sinal de Deus: Ele próprio é amor. Com que freqüência gostaríamos que Deus se mostrasse mais forte, que atacasse decisivamente, derrotando o mal e criando um mundo melhor. Todas as ideologias do poder justificam-se dessa forma exata, justificam a destruição do que quer que fique no caminho do progresso e da libertação da humanidade. Sofremos por conta da paciência de Deus. Mas precisamos de Sua paciência. Deus, que se fez cordeiro, dis a nós que o mundo é salvo pelo Crucificado, não pelos que o crucificaram. O mundo é redimido pela paciência de Deus. É destruído pela impaciência do Homem.

                                                            Uma das características básicas do pastor deve ser amar as pessoas confiadas a ele, do mesmo modo que ama o Cristo a quem serve. "Apascenta minhas ovelhas", disse Cristo a Pedro, e agora, neste momento, diz o mesmo para mim. Apascentar significa amar, e amar significa estar pronto para sofrer. Amar significa dar às ovelhas o que é verdadeiramente bom, o alimento da verdade de Deus, da palavra de Deus, o alimento de Sua presença, que Ele nos dá no Abençoado Sacramento. Meus queridos amigos - neste momento, só posso dizer: orai por mim, que eu possa aprender a amar o Senhor mais e mais. Orai por mim, para que eu possa aprender a amar Seu rebanho mais e mais - em outras palavras, a santa Igreja, cada um de vós e todos vós juntos. Orai por mim, para que eu possa não fugir com medo dos lobos. Oremos uns pelos outros, que o senhor nos ampare e que aprendamos a amparar uns aos outros.

                                                            O segundo símbolo usado na liturgia de hoje para expressar a inauguração do Ministério Petrino é a apresentação do Anel do Pescador. A convocação de Pedro para ser pastor, que ouvimos no Evangelho, vem depois da narração de uma pesca miraculosa: depois de uma noite na qual os discípulos lançaram suas redes sem sucesso, eles vêem o Senhor Ressuscitado na margem. Ele lhes diz que lancem as redes uma vez mais, e as redes ficam tão cheias que mal conseguem puxá-las de volta; havia 153 grandes peixes. "e embora fossem tantos, a rede não se rasgou" (Jo 21:11). Esta narrativa, ao final da jornada terrestre de Jesus com seus discípulos, corresponde a um relato encontrado no início: ali também, os discípulos não haviam pescado nada a noite inteira; ali também, Jesus convidou Simão a pescar mais uma vez. E Simão, que ainda não se chamava Pedro, deu a maravilhosa resposta: "Senhor, à tua palavra lançarei as redes". E então veio a missão: "Não tenhas medo. Daqui em diante, serás um pescador de homens" (Lc 5:1-11). Hoje também a Igreja e os sucessores dos apóstolos recebem a ordem de partir para o mar profundo da história e lançar redes, para conquistar homens e mulheres para o Evangelho - para Deus, para Cristo, para a vida verdadeira. Os Pais fizeram um comentário muito significativo sobre essa tarefa singular. Eis o que dizem: para o peixe, criado para a água, é fatal ser tirado do mar, ser removido de seu elemento vital para servir como alimento humano. Mas na missão do pescador de homens, o inverso é verdadeiro. Vivemos em alienação, nas águas salgadas do sofrimento e da morte; no mar das trevas sem luz. A rede do Evangelho retira-nos das águas da morte e nos traz para o esplendor da luz de Deus, para a vida verdadeira. E é realmente verdade: conforme seguimos Cristo nesta missão de sermos pescadores de homens, temos de trazer homens e mulheres para fora do mar que é salobro com tantas formas de alienação e para a terra da vida, para a luz de Deus. E é realmente verdade: o propósito de nossas vidas é revelar Deus aos homens. E apenas quando se vê Deus a vida realmente começa. Apenas quando encontramos o Deus vivo em Cristo sabemos o que a vida é. Não somos um produto sem sentido do acaso da evolução. Cada um de nós é resultado de um pensamento de Deus. Cada um de nós é desejado, cada um de nós é amado, cada um de nós é necessário. Nada é mais belo que ser surpreendido pelo Evangelho, pelo encontro com Cristo. Nada é mais belo que conhecê-Lo e falar aos outros de nossa amizade com Ele. A tarefa do pastor, a tarefa do pescador de homens, pode muitas vezes parecer cansativa. Mas é bela e maravilhosa, porque é verdadeiramente um serviço para a alegria, para a alegria que Deus deseja espalhar pelo mundo.

                                                            Aqui quero acrescentar algo: tanto a imagem do pastor quanto a do pescador emitem um chamado explícito pela unidade. "Tenho outras ovelhas que não são deste rebanho; devo conduzi-las também, e elas ouvirão minha voz. E haverá um rebanho, um pastor" (Jo 10:16); essas são as palavras de Jesus ao final de seu discurso sobre o Bom Pastor. E a narrativa dos 153 grandes peixes termina com a declaração alegre: "embora haja tantos, a rede não foi rasgada" (Jo 21:11). Mas, amado Senhor, com tristeza temos de reconhecer que ela se rasgou! Mas não - não devemos nos entristecer! Rejubilemo-nos por causa de tua promessa, que não desaponta, e que todos façamos tudo o que pudermos para perseguir o caminho da unidade que prometeste. Lembremo-nos em nossa prece ao Senhor, quando pedirmos a ele: sim, Senhor, relembra tua promessa. Faça que haja um rebanho e um pastor! Não permitas que tua rede se rompa, ajuda-nos a sermos servos da unidade!

                                                            Neste momento, minha mente retorna a 22 de outubro de 1978, quando o papa João Paulo II iniciou seu ministério aqui, na Praça de São Pedro. Suas palavras naquela ocasião ecoam constantemente em meus ouvidos: "Não tenhas medo! Abre as portas para Cristo!" O papa falava aos poderosos, às potências deste mundo, que temiam que Cristo tirasse algo de seu poder se o deixassem entrar, se permitissem que a fé fosse livre. Sim, ele certamente tiraria algo deles: o domínio da corrupção, a manipulação da lei e da liberdade como lhes aprouvesse. Mas Ele não tiraria nada que dissesse respeito à liberdade ou à dignidade humana, ou à construção de uma sociedade justa. O papa também se dirigia a todos, especialmente aos jovens. Não estaremos todos, talvez, temerosos de alguma forma? Se deixarmos Cristo entrar totalmente em nossas vidas, se nos abrirmos totalmente para ele, não teremos medo de que Ele tire algo de nós? Não estaremos talvez temerosos de abandonar algo significativo, algo único, algo que faz a vida tão bela? Não nos arriscamos a acabar diminuídos, ou privados de nossa liberdade? E mais uma vez o papa disse: Não! Se deixarmos Cristo entrar em nossas vidas, não perdemos nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre,  bela e grande. Não! Apenas nessa amizade as portas da Via são bem abertas. Apenas nessa amizade é o grande potencial da existência humana realmente revelado. Apenas nessa amizade experienciamos beleza e libertação. E assim, hoje, com grande força e grande convicção, com base em uma longa experiência pessoal de vida, digo-vos, queridos jovens: Não tenhais medo de Cristo! Ele não leva nada embora, e dá a vós tudo. Quando nos damos a ele, recebemos cem vezes de volta. Sim, abrais, abrais bem as portas para cristo - e encontrareis verdadeira vida. Amém.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

São João Gualberto/Primeira leitura (Oséias 11,1-4.8c-9)/Evangelho (Mateus 10,7-15)



Com muita alegria nos deparamos com a santidade de vida de São João Gualberto, que pertenceu a uma nobre família de Florença, a qual muito bem o educou na cultura, porém, deixou falhas no essencial, ou seja, na vida religiosa. Por isso, facilmente, ele foi se entregando às liberdades perigosas e às vaidades do mundo.

Aconteceu que, com o assassinato do seu irmão, João Gualberto – como o pai – revoltou-se a ponto de jurar o causador de morte; mas um certo dia, numa estreita estrada, Gualberto encontrou-se com o assassino desarmado, por isso arrancou sua espada para vingar o irmão, quando de repente a súplica: "Por amor de Jesus que neste dia morreu por nós, tem piedade de mim, não me mates!".

Era uma Sexta-feira Santa, e assim, tocado pela misericórdia de Deus, João Gualberto não só acolheu o malvado com seu perdão, mas também ao entrar numa igreja, recebeu aos pés do Crucificado a graça do perdão e a vida nova.

No processo de conversão de São João Gualberto, Deus o encaminhou à vida religiosa, à vida eremítica e depois à fundação de uma nova Ordem, chamada de Vallombrosa, na qual São João Gualberto tornou-se pai do monges e modelo, já que, antes de entrar na Vida Eterna em 1073, com 73 anos partilhou para os irmãos: "Quando quiserem eleger um abade, escolham entre os irmãos o mais humilde, o mais doce, o mais mortificado". 


São João Gualberto, rogai por nós!




Leitura da Profecia de Oséias. 

Assim fala o Senhor: “Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. Quanto mais eu os chamava tanto mais eles se afastavam de mim; imolavam aos Baals e sacrificavam aos ídolos. 
Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes de comer. Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. Não darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, eu sou Deus, e não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror”. 

- Palavra do Senhor. 
- Graças a Deus.



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!
Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito a seu sustento. Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida.
Ao entrardes numa casa, saudai-a. Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz. Se alguém não vos receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e sacudi a poeira dos vossos pés. Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

sexta-feira, 6 de julho de 2012



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor

domingo, 1 de julho de 2012

Santo Aarão / Evangelho (Mateus 16,13-19)




Santo Aarão
Pertence aos santos do Antigo Testamento. O santo de hoje era irmão de sangue de Moisés.

Seu testemunho está nas Sagradas Escrituras no Pentateuco, no Salmo 98 e no livro do Eclesiástico.

“Exaltou também a Aarão, santo como ele, seu irmão, da tribo de Levi. Confirmou para ele uma aliança eterna, deu-lhe o sacerdócio do seu povo, encheu-o de felicidade e de glória. Moisés consagrou-lhe as mãos e o ungiu com o óleo santo. Foi-lhe, pois, concedido por aliança eterna, a ele e à sua descendência, enquanto durar o céu: servir ao Senhor e exercer o sacerdócio, e abençoar o povo em seu nome.” (Eclo 45,7-8.18-19)

Aarão é exemplo de fidelidade e de 'sim' a Deus. 

Santo Aarão, rogai por nós!


— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 
14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 
15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 
17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus